BARCO À DERIVA no Grande ABC
EDUCAR PARA A VIDA
No mês de fevereiro de 2017, havia no Grande ABC um milhão, cento e quarenta e oito mil trabalhadores ocupados. Esse dado pode ser conferido no relatório da PED – Pesquisa de Emprego e Desemprego realizada pela Fundação Seade e pelo DIEESE, contratados pelo Consórcio Intermunicipal Grande ABC. Ainda de acordo com a mesma pesquisa, existiam na região 244 mil trabalhadores desempregados.
Nos meses seguintes, março e abril, é impossível a qualquer interessado identificar a variação desses dados, pois a pesquisa, simplesmente deixou de ser realizada porque os gestores do Consórcio Intermunicipal cancelaram o já citado contrato, deixando população, imprensa, empresas e trabalhadores sem informações sobre o mercado de trabalho local.
Considerando que a informação é fundamental para a elaboração de políticas públicas, pode-se inferir que, ou não estão elaborando nenhuma política votada para o mercado de trabalho e para o desenvolvimento econômico na região, ou elas estão sendo elaboradas sem a devida compreensão da variação deste mercado na região, pois não existe outra pesquisa capaz de mostrar os dados locais.
Ainda existe, obviamente, a possibilidade de verificar, junto ao CAGED – Cadastro Geral de Emprego e Desemprego, ou à RAIS – Relação Anual de Informações Sociais, do Ministério do Trabalho, que comparam os dados de contratação e demissão e divulgam o saldo e a variação porcentual dos vários setores da Economia, mas que são incapazes de mostrar as quantidades de empregados e desempregados ou os índices de desemprego na região.
Há alguns, foram criados para cuidar do desenvolvimento da região do Grande ABC, o Consórcio Intermunicipal e a Agência de Desenvolvimento Econômico e ambos estão deixando a desejar. No primeiro, há um núcleo de desenvolvimento econômico regional, como é informado no site da instituição. Porém, não se identifica quais ações têm sido realizadas para alcançar este objetivo. O segundo, esse há muito não oferece nenhuma informação capaz de orientar qualquer política de desenvolvimento. Assim, estamos à deriva. Alguém precisa assumir o comando desta nau.
Jerônimo de Almeida Neto
Nos meses seguintes, março e abril, é impossível a qualquer interessado identificar a variação desses dados, pois a pesquisa, simplesmente deixou de ser realizada porque os gestores do Consórcio Intermunicipal cancelaram o já citado contrato, deixando população, imprensa, empresas e trabalhadores sem informações sobre o mercado de trabalho local.
Considerando que a informação é fundamental para a elaboração de políticas públicas, pode-se inferir que, ou não estão elaborando nenhuma política votada para o mercado de trabalho e para o desenvolvimento econômico na região, ou elas estão sendo elaboradas sem a devida compreensão da variação deste mercado na região, pois não existe outra pesquisa capaz de mostrar os dados locais.
Ainda existe, obviamente, a possibilidade de verificar, junto ao CAGED – Cadastro Geral de Emprego e Desemprego, ou à RAIS – Relação Anual de Informações Sociais, do Ministério do Trabalho, que comparam os dados de contratação e demissão e divulgam o saldo e a variação porcentual dos vários setores da Economia, mas que são incapazes de mostrar as quantidades de empregados e desempregados ou os índices de desemprego na região.
Há alguns, foram criados para cuidar do desenvolvimento da região do Grande ABC, o Consórcio Intermunicipal e a Agência de Desenvolvimento Econômico e ambos estão deixando a desejar. No primeiro, há um núcleo de desenvolvimento econômico regional, como é informado no site da instituição. Porém, não se identifica quais ações têm sido realizadas para alcançar este objetivo. O segundo, esse há muito não oferece nenhuma informação capaz de orientar qualquer política de desenvolvimento. Assim, estamos à deriva. Alguém precisa assumir o comando desta nau.
Jerônimo de Almeida Neto
EDUCAR PARA A VIDA
Diante do quadro de desemprego, gerado, em parte, pelo desenvolvimento
tecnológico, objetivado pelo processo de reestruturação produtiva, pelas novas
formas de gerenciamento da produção e da circulação de mercadorias e serviços,
nos vemos diante do dilema, para que estamos educando nossos alunos?
Se antes, educávamos para o mundo do trabalho, para o saber fazer, hoje,
precisamos educar para a vida, para a busca de alternativas ocupacionais que
supram as necessidades oriundas do baixo número de empregos gerados e da
incapacidade das políticas públicas de atender a estas demandas.
O analfabeto hoje não consegue realizar tarefas simples como ir ao
supermercado, fazer uma compra qualquer, pagar o preço correto pela mercadoria
e retornar para sua casa. Tem problemas logo ao sair, para identificar o ônibus
que deve utilizar, precisa de ajuda para compreender o sistema de codificação
de preços das mercadorias, para entender as promoções e propagandas, perde-se
em meio às inúmeras informações dentro de um supermercado.
No trabalho, é indispensável o exercício da leitura e da escrita, desde o
faxineiro até o diretor da empresa, todos lêm o dia todo. São informações sobre
produtos e máquinas, dados técnicos, planilhas econômicas, um sem fim de
informações, que servem para garantir a execução das tarefas, a qualidade do
produto ou a segurança dos trabalhadores e a preservação do meio ambiente.
Em meu trabalho tenho me deparado com trabalhadores/as que enfrentam
grandes dificuldades nos processos de seleção, porque foram mal formados.
Alguns sequer conseguem compreender o que leem, outros se retiram da seleção
porque não conseguem elaborar uma pequena redação, apesar de terem o Ensino
Médio concluído.
Isto posto, é preciso que comecemos a educar nossos jovens para que sejam
capazes de ler o mundo e entendê-lo, para que possam inserir-se nos movimentos
sociais reivindicatórios e lutarem pela melhoria das condições de vida.
Precisamos educá-los para que sejam capazes de compreender o jogo político em
que estão inseridos, mesmo que inconscientemente, precisamos educá-los para que
sejam capazes de compreender a política econômica em curso no país. Precisamos
educar todas as pessoas para que desenvolvam a criticidade diante da avalanche
de informações que invadem suas casas diariamente, trazidas pela televisão,
pelo rádio, pela Internet ou pela mídia impressa.
Precisamos educar para a compreensão do funcionamento da sociedade, para
o exercício da cidadania, para a cultura, para a desalienação, para a
libertação. Precisamos enfim, educar para a vida.
Jerônimo de Almeida Neto
Plano
Nacional de Educação, um novo compromisso
O
Plano Nacional de Educação, certamente, está entre os documentos mais
importantes elaborados nos últimos tempos, importância que vai além do fato de
cumprir o que determina o disposto na Constituição Federal, pois expressa um
compromisso do Governo Central, com os demais entes federativos e com toda a
população. Compromisso que se objetiva no estabelecimento de diretrizes claras,
no estabelecimento de metas e prazos e, sobretudo, na elaboração de estratégias
para o alcance das referidas metas, nos prazos estipulados.
Ao
estabelecer diretrizes para o PNE, o Governo Brasileiro informa à sociedade
como será desenvolvida a Função Educação mediante a definição de objetivos a
serem alcançados na vigência do plano, a saber: dez anos, a contar da
publicação da Lei, ou seja, até junho de dois mil e vinte e quatro. Na leitura
das diretrizes é possível verificarmos que tais objetivos tratam do
enfrentamento de velhos problemas como o analfabetismo, a falta de escolas em número
suficiente para o atendimento da população, a superação das desigualdades
educacionais entre outros. Tratam enfim, da construção de condições para uma
educação pública de qualidade que contribua para a emancipação do povo
brasileiro.
O
Plano Nacional de Educação apresenta coerência entre metas, prazos e
diretrizes. É possível identificar a qual diretriz determinada meta está
relacionada e mais, é facilmente identificável qual ou quais os objetivos a
serem alcançados. Ao propor a universalização do Ensino
Fundamental de nove anos, assim como ao propor a universalização do atendimento
a toda a população entre quinze e dezessete anos, estará trabalhando para o
atendimento das diretrizes que tratam da universalização do atendimento escolar
e da erradicação do analfabetismo. Esta relação também se observa entre as
demais metas, diretrizes e seus respectivos objetivos.
A
grande inovação na elaboração do plano, em relação a muitos que o antecederam,
provavelmente a mais importante seja a elaboração de estratégias para o alcance
das metas. Não estamos diante de um plano mirabolante, de difícil execução,
como tantos já vistos. Neste plano estão demonstrados os caminhos a serem
seguidos. As estratégias definidas levam em conta as especificidades dos
diferentes públicos, propõem ações que possibilitam sua execução, definem
formas para a execução e avaliação dos resultados, desafiam os envolvidos a
experimentarem novas metodologias e a assumirem uma nova postura frente os
desafios.
Ante
o exposto, podemos concluir que, de fato, estamos diante de um documento que
expressa um compromisso com a Educação de qualidade para toda população, visto
que trata do que é preciso ser feito, quando deve ser feito e como será feito,
considerando ainda para e por quem o será. Findo o tempo de execução, o
resultado será observável por todos, bastando para isto a conferência dos
indicadores que, certamente, refletirão outra realidade.
Jerônimo de Almeida Neto
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